sexta-feira, 22 de junho de 2012


Seminário sobre EBSERH conquista primeira vitória na luta contra a privatização do Hospital Universitário

No dia 19 de junho, no auditório do Hospital Universitário (HU), o Fórum Catarinense em Defesa do SUS e Contra a Privatização da Saúde realizou um seminário sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). O seminário foi construído com o apoio do Diretório Central dos Estudantes da UFSC, gestão “Voz Ativa” (integrante do Fórum); de Centros Acadêmicos; do Comando de Greve dos Técnicos Administrativos e da Seção Sindical do Andes da UFSC. Compareceu cerca de 180 pessoas e o auditório lotou de trabalhadores do HU, estudantes, professores, sindicalistas e usuários do SUS.
A mesa do Seminário foi composta pelos debatedores Dr João Pedro Carreirão Neto (Médico e Chefe do Serviço de Auditoria do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Santa Catarina) e André Stefani Bertuol (Procurador da República em Santa Catarina). Para expressar suas posições referentes a EBSERH também foram convidados para a mesa: a Reitoria, a Seção Sindical do Andes da UFSC, o DCE, o Sintufsc e o diretor do HU (este, infelizmente, retirou-se da mesa sem se posicionar).
Os debatedores apresentaram informações muito importantes a respeito da EBSERH e contribuíram para gerar um debate na plenária que se posicionou contra a transferência do HU para esta empresa estatal de caráter privado. Afinal, entendeu-se que a EBSERH afeta a autonomia da universidade, tirando dela o gerenciamento do HU e afetando seu caráter de hospital-escola; precariza as condições de trabalho dos servidores da saúde, através de regime CLT, contratos temporários, baixos salários, etc.; permite a dupla porta de entrada, aceitando também planos privados de saúde e diminuindo ainda mais os atendimentos do SUS e o mais grave (entre vários outros elementos negativos): a empresa visa lucro! Ou seja, a saúde - que é um dever do Estado e um direito de todos – passará a ser um negócio mercadológico nos HUs.
Enfim, tanto o Dr Carreirão quanto o Dr Bertuol se posicionaram contra a implantação da EBSERH. Esta também foi a posição do DCE, do SINTUFSC, da Seção Sindical do ANDES e de todos os presentes que falaram durante o debate: lutar para que a EBSERH não seja aprovada no Conselho Universitário (CUN), através de debates e da luta política.
A posição da reitoria, representada pela vice-reitora Lúcia Helena Pacheco, também foi questionada. A plenária exigiu que esta posição seja amplamente debatida pela comunidade universitária e pela população; que a votação no CUN não seja encaminhada neste final de semestre e nem durante as férias; que a seção seja aberta e que se garanta posição contrária a EBSERH no debate que a reitoria pretende encaminhar com o representante da Empresa e/ou do MEC.
Lúcia, por sua vez, comprometeu-se com as seguintes propostas: encaminhar um amplo debate sobre a EBSERH na UFSC, através de um Fórum; ouvir as posições; não encaminhar a votação sobre a EBSERH no CUN no dia 26 de junho (segundo ela, se a EBSERH for debatida neste dia será informalmente) nem durante as férias.
Dessa maneira, para o Fórum, o seminário resultou numa primeira vitória contra a EBSERH e em favor de um HU 100% público, 100% SUS e HU escola. O encaminhamento de uma discussão coletivizada, dos trabalhadores da universidade, dos estudantes e da população que utiliza o HU, sobre a EBSERH, é uma vitória diante da possibilidade que havia da EBSERH ser votado no CUN neste fim de junho.
O Fórum se dispõe a contribuir na construção e realização deste debate com o objetivo de esclarecer o quanto a EBSERH é um retrocesso para a saúde pública e de construir uma contra proposta a do governo federal, baseada no SUS e na autonomia da universidade.
O Seminário demonstrou que a união entre os estudantes e os trabalhadores tem capacidade e condições reais de obter grandes vitórias! Agora faz-se necessário intensificar o debate! Organizar a luta! Unir as forças! E lutar pela grande vitória: barrar a privatização do HU e encaminhar propostas que melhorem ainda mais o seu atendimento e sua referência para todo o povo de Santa Catarina.
Até então, em apenas dois estados a EBSERH foi aprovada: Brasília e Piauí. Já os Conselhos Universitários da UFSM e da UFPR se manifestaram contrários à criação da empresa, na época da medida provisória, em 2010. Isso significa que, apesar da pressão do governo federal, está havendo muita resistência. Na UFSC não tem sido diferente e é possível sim barrar, com muita luta!

Acesse o blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde e em Defesa do SUS
E o blog do Fórum Catarinense em Defesa do SUS e contra a Privatização da Saúde

Fórum Catarinense em Defesa do SUS e Contra a Privatização do SUS

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